quinta-feira, novembro 06, 2008

Quando o sofrimento serve para nos levar à vontade de Deus

Como é difícil querer e não poder! Imaginar o culto em ação de graças pela petição atendida, mas perceber que ele nunca chega! Sonhar com um casamento, uma vida em família, seus filhos gritando pela casa... Mas ver os anos se passando e nada acontecendo! No livro de 1 Samuel, capítulos 1 e 2 lemos a história de Ana, uma mulher que era muito amada por seu marido, Elcana, e tinha tudo o que alguém poderia desejar, menos uma coisa: filhos. A outra esposa de Elcana, Penina, que teve vários filhos, a irritava excessivamente, zombava dela, porque Ana não podia engravidar. Por causa disso, Ana abriu a porta do seu coração para a amargura, de tal maneira que não queria mais comer.

Todos os anos, Elcana subia ao monte para sacrificar ao Senhor, com toda a sua família. Eles viajavam durante um bom tempo, para cultuarem a Deus. Penso que em todas as vezes, Ana conversava com Deus, reclamando de sua rival e crendo que, na próxima vez, subiria o monte com seu filho nos braços. Chegou o tempo de subir outra vez, e nada de bebê.

Até que, cansada de tanto sofrimento, ela resolve se derramar aos pés do Senhor, em lágrimas, choro, contrição, sem uma palavra. Ali ela diz algo a Deus que o faz decretar sua vitória: ela promete ao Senhor entregar seu filho, para trabalhar em Seu templo. Finalmente, ela sobe o monte, entra na Casa de Deus disposta a entregar-Lhe o seu melhor! Chegou o tempo de Deus para a vida de Ana. Tempo de exaltaçào, de tirar a sua vergonha, de glorificar o Seu nome através de um milagre.

Daí a pergunta: se Deus podia fazer, por que permitiu que Ana chegasse a um extremo de amargura e sofrimento? Se Ele queria agir, por que não lhe atendeu no primeiro clamor? Primeiro, porque havia determinado o tempo em que se lembraria dela, ou seja, atentaria para o seu pedido. Deus tinha planos profundos com aquela criança, que deveria chegar no período certo. Você acha que, se Deus desse um filho a ela, logo na primeira oração, ela o entragaria para Deus? Claro que não! Deus sabia que o que Ana mais desejava era um filho, mas queria ver o coração dela totalmente desprendido.

A gravidez de Ana fazia parte do propósito de Deus, mas a sua totalidade incluía a entrega dessa criança para o Seu serviço. Esse tempo de espera seria essencial para que a petição de Ana se encaixasse com o Seu propósito, para que ela pudesse estar preparada para dar à luz, não apenas a um filho, mas a um profeta de Deus. O Senhor precisava constatar um espírito voluntário, de entrega total nessa mulher.

Agora, vejam que perfeito:
* Samuel chegou no tempo de certo de assumir as funções como juiz de Israel,
substituindo a casa de Eli;
* Ana todos os anos visitava o filho, na ocasião do sacrifício;
* porque cumpriu o seu voto, o Senhor lhe deu mais filhos e filhas;
* Samuel foi um grande juiz, profeta e sacerdote e dois livros da Bíblia levam o
seu nome.

E você, também tem orado por um "Samuel", mas ele nunca chega? Ele prometeu algo e ainda não cumpriu? Você tem orado por algo que certamente é da vontade de Deus, mas Ele ainda não lhe atendeu?
Talvez o Senhor esteja lapidando você, através do sofrimento, para aproximá-lo do Seu TOTAL propósito.